Recentemente a Confraria Divinho se reuniu no Outono 81, restaurante e bar de vinhos no Carmo, em Belo Horizonte. Tivemos a presença do Cristovão Oliveira, Presidente da confraria irmã – a BeloVinho – e um dos maiores entendedores de Minas Gerais. Ele nos apresentou a seleção feita pelo Reinaldo Loureiro, com o clássico espumante francês Veuve Paul Bur Brut nas boas vindas e em seguida um flight de 5 vinhos portugueses que foi do Verde do Minho ao fortificado da Ilha da Madeira. A degustação em geral agradou muito, apesar dos preços um tanto salgados da Importadora Zahil, anexa ao restaurante. A mim especialmente, dois rótulos sobre os quais detalho adiante, acrescentando uma receita de bacalhau, fácil, leve e moderna que será bem acompanhada por ambos os vinhos abaixo, um tinto mais moderado ou um branco mais carnudo.
Vinha Grande – Casa Ferreirinha – Douro – Safra 2009
Corte: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Tinta Roriz
O que primeiro encanta são os aromas intensos de fruta vermelha bem madura a princípio e conforme vai se abrindo, de tabaco e chocolate. A Casa Ferreirinha, uma das mais antigas vinícolas da mais antiga zona de demarcação de vinhos do mundo, o Douro, nunca decepciona. Após provado, ele revela o que de melhor um vinho pode ter, o equilíbrio. Nem potente demais, nem de menos. Macio, firme, com boa acidez e agradável final. Com 5 anos de adega na vinícola, ainda pode evoluir por mais uns 3 pelo menos, acredito.
Não é à toa que já recebeu medalhas de prata em Portugal e Inglaterra e obteve boas pontuações de Robert Parker (86 safra 2001) e Wine Spectator (88 – safra 2002)
Preço: Cerca de 100,00 (Em Portugal, cerca de 9 euros, é duro)
Duque de Viseu Branco – Quinta dos Carvalhais –Dão – Safra 2011
Corte: Encruzado, Verdelho e Bical
Já falei aqui do meu gosto pelos brancos portugueses, e este não foge à regra. É bom bebido jovem, e pode ganhar complexidade em mais 3 anos, pois tem estrutura para isso. Para quem quer dar um tempo dos chardonnays muito adocicados e carregados de aromas de maracujá e abacaxi, experimente este vinho do do Dão, berço da Touriga Nacional, a tinta que vem roubando a cena na contemporânea vinicultura lusitana. É terra mais fria do que o Alentejo, dando vinhos mais delicados e frescos. O Duque de Viseu equilibra bem os aromas frutais e minerais, com um gostoso toque floral. É muito redondo, preenche a boca, com acidez viva e personalidade, fruto principalmente da Casta Encruzado, que responde por 60% no corte. Esta safra, de 2011, foi considerada pelos enólogos portugueses, uma das melhores para os brancos desta região.
Preço: No Brasil, R$ 60,00 (Em Portugal, 5 euros)