A “paella” é o manjar mais famoso e tradicional da gastronomia espanhola e agrada muitos aos brasileiros. Seu preparo é um ritual, que remonta ao século XVI, Quando os camponeses da região de Valência, na Espanha, preparavam juntos sua refeição ao ar livre, sobre as brasas, com muito azeite, carnes de coelho e patos selvagens, caracóis, vagens, açafrão e arroz, este uma heranças da dominação árabe. Eles usavam a “paella” – uma panela redonda, ampla e rasa, com alças – perfeita para carregar e distribuir bem o cozimento dos ingredientes. Ao migrar para outras regiões, a receita sofreu aculturações. Surgiram a “paella marinera”, feita com peixe e frutos do mar; a “paella mista”, à base de peixe, frutos do mar e carnes e a “negra”, com tinta de lula. Me lembro de uma vez, em que uma pessoa, me falando sobre um parente que fazia um curso de culinária e teria lhe dito algo como “paella não é gastronomia”. Meu sorriso foi mais amarelo que o açafrão. A paella, pelo seu significado histórico e cultural, beleza, sabor riquíssimo e elaboração paciente e delicada, (pois tem pontos muito exatos de cozimento), é um ícone gastronômico. Sim, é um prato rústico, campesino, mas um coq au vin francês também é, e gastronomia não quer dizer sofisticação, certo?
Bem, vamos à minha receita: